2022 foi o ano de…

Quando você finalmente aprende que o comportamento de uma pessoa tem mais a ver com sua própria luta interna do que com você, você atinge a graça.
— Allison Aars

Acabou

Dezembro é tradicionalmente a época do ano onde eu escrevo uma newsletter dizendo que não gosto de fim de ano, porque não gosto de finais. Não quero que nada acabe. É claro que os últimos anos serviram para colocar várias convicções minhas à prova. “Ah, você quer ficar o tempo todo em casa sem botar o pé na rua? Então toma essa, otário! Pandemia, plau!” Ainda assim eu vejo valor nessa reflexão. Mesmo que meu cinicuzismo fazer eu virar os olhinhos com isso de “olhar para trás para pensar pra frente”, é bom sim.

2022 foi um ano que passou rápido. Exceto outubro, que durou 37 anos e uns quebrados. Já tem um tempo que eu consigo resumir o ano em um único e impactante acontecimento. O ano em que saí do país. O ano que mudei pro Canadá. O ano que me separei e comecei a namorar a Anna. O ano que voltamos para o Brasil. O ano em que fomos morar junto. O ano em que casamos. O ano em que a Clara nasceu. O ano em que fizemos o enxame.tv. O ano em que mudei pra São Paulo. O ano em que a Anna e a Clara mudaram pra São Paulo. O ano em que virei publicitário de carteira assinada. O ano que fui ao SxSW pela primeira vez, curtindo a vidinha de publicitário. O ano em que a Marina nasceu. O ano em que entrei pro Facebook. O ano do 7×1. O ano em que fui promovido. O melhor ano no Facebook. O pior ano no Facebook. O ano em que saí do Facebook. O ano do Boa Noite Internet. O ano que nunca acabou. O ano que foi tão ruim quanto o ano que nunca acabou.

Em 2022 eu cansei de catalogar por fatos, quero botar um título mais pomposo, mais impactante. Este foi o Ano do livramento. Em vários sentidos. Livramento de um presidente, é claro, e do seu modelo político criado em cima do medo — fora a parte de que ele não fez nada para resolver os problemas de segurança que fizeram a base da sua campanha lá atrás. (a menos que você conte “liberar as armas” como política de segurança)

Livramento de ideias e visões pessoais de mundo. Se bem que todo ano eu acho que faço isso. Talvez faça mesmo, só que no ano seguinte volto a cair nas mesmas armadilhas. Nos vemos em 12 meses.

Livramento de pessoas. Mais especificamente, a visão que eu tinha de algumas pessoas, o papel que eu queria que elas tivessem na minha vida, sendo que elas nunca foram (ou quiseram) ser isso. “Eu preciso muito ter essa pessoa perto de mim”. Não preciso não.

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