O que aprendi com o Censo Boa Noite Internet

Na mente do principiante, existem muitas possibilidades, mas na do expert, existem poucas.
— Ditado zen

A criatividade é uma coisa engraçada. Acho que se eu fosse poeta eu diria que é uma amante caprichosa. Vem se aproximando a sexta temporada do Boa Noite Internet e pela sexta vez eu vou empurrando este começo o máximo que consigo. Procrastinação, medo, insegurança. Acho que não é nada disso. (Ou é tudo isso?) É que quando começar, começou. Está valendo.

O Van Neistat já apareceu aqui nesta newsletter várias vezes, mas andei dando uma desencanada nele de uns meses para cá. Parece que agora ele voltou a falar de criatividade, arte, essas coisas (em vez de ficar falando da oficina dele) e esta semana lançou um vídeo sobre perfeccionismo — que é um assunto que está na longa lista de pautas para este ano. “O perfeccionismo é uma forma de covardia?”. Epa. Quem acompanha meu trabalho sabe que a lei é clara: se há um ponto de interrogação no fim do título a resposta é não. Mais do que isso. O título é um bait. “Como assim, covardiaaaa??? Eu preciso ver esse absurdo!” Até a gente ver vídeo e antes mesmo da metade ele dizer que não é bem assim. Mas é bom, vê lá.

Se eu fosse um creator malandro eu botaria um ponto de interrogação no fim do meu episódio bait, meu único “sucesso” no YouTube. O título original era esse da thumbnail, sem interrogação. “Marie Kondo está te enganando”. Ponto. Ainda era a primeira temporada do Boa Noite Internet, eu tinha muito o que aprender. Como, por exemplo, que a Marie Kondo tem um fandom engajado e feroz. Quem não tem? Aparentemente, até eu tenho.

Esta semana botei na rua uma pesquisa sobre o público do Boa Noite Internet. Se você não respondeu ainda, passa lá. Ainda dá tempo. Na tentativa de entender melhor os diferentes públicos, fiz 3 versões, com várias perguntas em comum, mas nem todas: uma para as pessoas (maravilhosas com você) que apoiam o Boa Noite Internet; outra para ex-assinantes e outra “para geral”, que joguei no Instagram, Discord, etc. Sim, mais gente é “ex” do que “atual”. O churn é a força cruel do mundo digital.

A maioria das respostas foi bem igual nos 3 formulários. Por exemplo, a maioria esmagadora diz não fazer questão de ver o Boa Noite Internet em vídeo, mesmo as entrevistas. O que, por outro lado, mostra o principal problema de pesquisas assim: ela sempre vai ser enviesada no público “pessoas que topam responder pesquisas”. Ou, no meu caso, pessoas que já conhecem o Boa Noite Internet. Se uma pessoa faz questão de que podcasts sejam em vídeo, ela não vai ouvir o Boa Noite Internet, provavelmente não vai me seguir no Instagram e não vai responder pesquisa nenhuma.

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