Como usar o ChatGPT como um sistema operacional de linguagem

Não vou passar o resto da minha vida esperando a felicidade. Vou me contentar com pequenas tentativas aleatórias de interesse extremo — momentos de intensa consciência das coisas que estou prestes a perder e de alegria por elas existirem.
Helen Garner

Ainda bem que esta newsletter não tem a missão de cobrir toda a indústra de IA. Não à toa Tudo Junto Ao Mesmo Tempo Agora foi o filme do ano, porque esse é o ritmo do momento. Ou como a galerinha descolada do Twitter fala: “O filme Tudo tudo tudo tudo tudo”.

O Google liberou acesso ao Bard. O Bing lançou seu gerador de imagens baseado no Dall-E. O Github lançou o Copilot X, o “ChatGPT do código”. A Adobe anunciou o Firefly, várias ferramentas generativas direto dentro do seu “pacote”. Aí o Canva também anunciou novidades “surra de IA” no seu produto, que cada vez mais vai virando um “anti Adobe” (meu bolso agradece). E, finalmente, o ChatGPT anunciou que vai ter plugins, o que nem deveria ser motivo de barulho, exceto que isso permite que ele se comunique com bases de conhecimento externas, desde o WolframAlpha que falamos aqui semanas atrás, até… qualquer lugar da web, permitindo que fazer perguntas que se baseiam em dados em tempo real encontrados por aí.

É tanta coisa que eu estou pensando, sem sarcasmo, em mudar o nome dessa newsletter para Accelerando, se não fosse um nome tão ameaçador. Porque vai ser assim daqui pra frente. Porque tem sempre sido assim, a curva deu aquela embicada para cima.

Bard, semana 1

Como comentei no Melhor Discord™, no meio da semana recebi acesso ao Bard. A parte mais bizarra da experiência foi ver que para furar o bloqueio “ainda não está disponível no seu país” eu só tive que usar uma VPN. Tipo… contra o Google! A empresa que tem literalmente acesso ao meu GPS.

A coisa mais importante para se entender sobre o Google Bard é que apesar de ter uma interface bem parecida com a do ChatGPT, ele está mais para um concorrente do Bing Chat. Seu objetivo é salvar o business de buscas do Google, não ser um assistente pessoal. Ele até cumpre essa função, me gerando coisas como textos para posts ou ideias para pimpar meu perfil do LinkeDisney (tarefa em que o ChatGPT mandou muito bem). É só que eu fiquei com a sensação de que ele está o tempo todo querendo encerrar a conversa. “Toma, tá aqui, tchau. Próximo!” Que, por sinal, o Bing Chat é mais cruel ainda, limitando o número de interações a 15 perguntas até sermos obrigados a fazer a pobre máquina esquecer nossa conversa — e encerra o papo prematuramente se mencionamos a existência do limite. (semana passada o limite era 6)

Este conteúdo é exclusivo para assinantes do Boa Noite Internet. Para continuar lendo apóie o nosso trabalho, por menos que uma coquinha zero por semana.

Assine Agora

Já é assinante? Entre com seu usuário.