Passei minhas férias induzindo uma IA a matar inocentes

Desenho a lápis de 2 robôs curtindo as férias na praia, com direito a garrafas de conteúdo duvidoso. Imagem gerada por inteligência artificial.

Um amador é um artista que se sustenta com trabalhos externos que lhe permitem pintar. Um profissional é alguém cuja esposa trabalha para que ele possa viver de pintar.
— Ben Shahn

Eu acho muito doido quando escrevo “2023” nas datas. Porque quando eu era criança o ano 2000 simbolizava literalmente “um futuro inalcançável”. Agora estamos aqui, já passados 23% do século XXI.

O que eu fiz nas minhas férias: explorei os limites da IA

Este é o ano da Inteligência Artificial no Brasil no trabalho. Se é assim, vamos lá passar pelo menos algumas semanas abordando o assunto aqui. Começando pelo “estado atual” — sendo que uma característica importante é a velocidade com que isto está mudando. Accelerando, pom pom pom pom.

Eu fico espantado toda vez que penso em como — do ponto de vista de quem não está enfiado no desenvolvimento desta área — os “algoritmos generativos” como GPT-3 e Midjourney surgiram “do nada” em 2022. Tá, eu sei. Não foram do nada e a dica já está no “3” do nome. É que 12 meses atrás, esta área não era mais do que brincadeiras do tipo “joguei todos os roteiros de um filme do Zack Snyder em uma IA e foi isso que saiu”. Que acabava gerando lixo, ou um texto escrito por um humano que só queria zoar. (não julgo)

A régua sagrada da IA sempre foi o Teste de Turing, que determinava que uma IA só seria considerada “inteligente de verdade” se conseguisse passar por humana em uma conversa com muitas pessoas. Um ano atrás não tínhamos isso. Agora esta ponte foi cruzada já tem tempo, é só gastar alguns minutos no ChatGPT para comprovar. Que foi o que fiz nos dias de recesso que passei no Rio. Só que bem mais do que alguns minutos.

Eu coloquei o ChatGPT para fazer tantas coisas que em vários momentos recebi a mensagem “você passou do seu limite de requisições por hora”. Por exemplo, pedi para ele gerenciar um “jogo de palavras” bem simples, onde eu digito palavras e ele precisa me dizer se a palavra já foi usada. Com um detalhe: ele deve verificar se palavras “da mesma raiz” já foram usadas. Ele se saiu muito bem.

Este conteúdo é exclusivo para assinantes do Boa Noite Internet. Para continuar lendo apóie o nosso trabalho, por menos que uma coquinha zero por semana.

Assine Agora

Já é assinante? Entre com seu usuário.