O exercício da imaginação é perigoso para aqueles que lucram com o modo como as coisas são porque tem o poder de mostrar que o modo como as coisas são não é permanente, não é universal, não é necessário.
— Ursula K. Le Guin

Passei os 3 dias da semana desconectado do mundo em mais um daqueles business sprints show. É isolado, mas me liga com o mundo simultaneamente, já que boa parte do meu trabalho é como estou agora: sozinho, sentado com um computador no colo espancando o teclado. Bom mudar, bom voltar. Bom também sentir por 3 dias o gosto de ser publicitário. Pro bem e pro mal.

Estamos no segundo dia de dezembro, a Grande Sexta-Feira Do Ano. Com Copa até dia 18 então? Vish! Acabou. É hora de (seguindo no tema futebol) pra tocar a bola de lado, dar aquela enrolada na hora que sofrer a falta, perguntar pro pofessô quanto tempo falta pra acabar — se bem que essa é a Copa dos acréscimos, então muito cuidado.

Apesar de ser a primeira semana de dezembro, já começaram as retrospectivas dos apps, incluindo a mais famosa, a do Spotify. Sou contra retrospectivas com 9% do ano ainda pra passar, mas pelo menos no assunto música nada deve mudar.

No lado pessoal zero surpresas. A música que mais ouvi no ano foi This Must Be the Place (Naïve Melody). Também foi a nona mais ouvida. E a décima. Também foi a trigésima quarta. 57ª, 58ª, 61ª e 72ª mais ouvida do ano. Tudo porque em algum momento no meio do ano eu redescobri essa música do Talking Heads (um dos pontos altos do show do David Byrne lançado em 2020), me apaixonei pela melodia (inocente, rá!) e também pela letra que dava um quentinho no coração quando eu estava precisando.

Lar, é onde eu quero estar
Mas eu acho que já estou lá